Vila modular feita de cacau – e com impressão 3D – é projetada no Equador
Como seria uma cidade de chocolate? Longe de ter prédios comestíveis ou que derretem, uma vila toda feita do doce mais famoso do mundo, ou melhor, da matéria-prima da sobremesa, o cacau, tem tecnologia de impressão em 3D, casas modulares e sustentabilidade. É o que mostra o projeto Cacao EcoVillage, criado pelo Atelier Valentino Gareri para a cidade de Pedernales, no Equador.
A Vila utilizará o resto do cacau, usado para produzir o chocolate na região, como matéria-prima para casas, fábricas, escolas e áreas de lazer. De acordo com Valentino Gareri, em entrevista ao UOL, 80% dos frutos do cacau não são utilizados e se tornam resíduos. O que deu o “start” para que a vila fosse pensada dentro dos preceitos da economia circular.
Impressão 3D, construção modular e sustentabilidade
“Os resíduos de cacau serão reutilizados para impressão em 3D de partes da Vila”, comentou Gareri. A arquitetura do projeto é modular, ou seja, utiliza várias dimensões geométricas que podem ser construídas e reconstruídas de formas diferentes. Os espaços, como os da fábrica de chocolates, foram pensados para serem usados para outras finalidades.

Divulgação – Valentino Gareri
A Cacao EcoVillage será autossuficiente em energia, a partir da energia solar e eólica, utilizando a ventilação natural. Além disso, vai usar água de reuso de chuvas, já que a forma dos edifícios facilita a captação de água e os tanques estão integrados nos telhados.
Todos os edifícios são feitos de materiais locais e naturais. As fachadas foram inspiradas na variedade das casas equatorianas, que são multicoloridas, e no design do fruto dos cacaueiros.
Para completar, a Vila está dotada de uma densa rede de alamedas ciclo pedestres e o uso de veículos elétricos será altamente incentivado com a presença de postos de carregamento elétrico, enquanto os trânsitos de carros e caminhões são limitados apenas na zona da fábrica e produção.
Arquitetura do futuro na “vila do cacau”
O projeto também vai trazer ferramentas tecnológicas como o IoT (Internet das Coisas) e a blockchain para que os equatorianos possam usá-las no dia a dia da vila – principalmente para ajudar a economia circular da região.

Divulgação – Valentino Gareri
“Num futuro não tão distante a gente será capaz de criar prédios inteiramente de materiais naturais e reciclar a matéria-prima, mudando o ciclo de vida desses produtos, transformando-os em novas funções”, disse Gareri em publicação no site do Atelier. Ao UOL, o arquiteto disse que vê na profissão a responsabilidade de contribuir para melhorar o mundo, tornando-o um lugar onde “possamos viver hoje e que seja o melhor lar para as gerações de amanhã”.