SISTEMA INDUSTRIALIZADO PARA FACHADA DE EDIFÍCIOS ALTOS: REDUÇÃO DE 19% NO PRAZO TOTAL DA OBRA
Favegrup | FG Empreendimentos
Publicado em 25 de outubro de 2022
O Skyline Tower é um empreendimento de alto padrão localizado em Balneário Camboriú – SC, a poucos metros do mar. Possui uma área construída de 16.367,80m² e conta com 37 pavimentos totais, sendo os primeiros 9 de embasamento (contemplando térreo, garagens e lazeres), seguido da torre com 25 pavimentos de apartamentos e os últimos 3, pavimentos técnicos. Com uma altura total de 130m, o empreendimento se destaca no conjunto de edifícios altos da cidade por sua sofisticação e requinte.
Solução técnica implementada
Desafio da obra
Neste empreendimento estava sendo previsto inicialmente o uso do sistema aderido na fachada de reboco e pastilha, considerado artesanal e de difícil controle. Porém, com a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada para os padrões exigidos pela FG e com transtornos envolvendo edificações vizinhas, optou-se por utilizar o sistema construtivo de fachada ventilada, considerado um sistema moderno, ágil e com potencial de melhoria do desempenho e durabilidade da edificação. A mudança de sistema trouxe consigo alguns desafios e o principal deles foi a quebra de paradigmas, ou seja, a mudança de uma cultura enraizada no ramo da construção civil em que determina que confiável é o convencional. A segurança em relação ao novo sistema foi conquistada mediante apresentação de resultados e comprovação de fatos que asseguram sua qualidade e garantia. Com a fachada ventilada, criou-se a expectativa de ter um cronograma enxuto, uma construção limpa, rápida, mais sustentável e industrializada.
Processo de desenvolvimento da solução junto com os parceiros envolvidos
Em todo o processo de desenvolvimento da solução contamos com o apoio do responsável técnico da Favegrup, empresa especializada no sistema de fachada ventilada. Para o estudo realizou-se visitas técnicas em obras de São Paulo/SP e Florianópolis/SC, avaliando a qualidade e desempenho do sistema. A análise de viabilidade técnica deu-se com a disponibilização de laudos e relatórios de ensaios. Com o estudo aprovado e a obra executando a estrutura do embasamento, realizamos a montagem de um protótipo para avaliar as interfaces e minimizar as incertezas do processo. Após definições executivas, criou-se um procedimento interno detalhando todas as etapas de construção. Em paralelo, cerca de 7 meses antes da execução da fachada, deu-se início o desenvolvimento dos projetos executivos, definindo o tipo de revestimento e com isso os projetos de paginação. Para os cálculos estruturais da fachada, foram utilizados os ensaios de túnel de vento. Este tipo de ensaio é importante para edifícios altos, pois servem para compreender as ações de vento sobre a edificação. Com os projetos finalizados, imagens 3D aprovadas e estrutura da torre ainda em andamento, iniciou-se a execução da fachada.
O processo
Para antecipar cronograma, optamos por dividir a execução da fachada ventilada em 2 etapas: a 1ª etapa do 10º ao 20º pavimento (executada com a estrutura principal em andamento) e a 2ª etapa do 21º ao 34º pavimento (iniciada após concluído a estrutura principal). A produtividade inicial foi estimada a partir da elaboração de um cronograma, baseado na experiência do fornecedor, nos serviços complementares e no histórico interno da execução dos sistemas de revestimento aderido. Para a medição efetiva da produtividade, por ser considerado um serviço de médio prazo, o responsável da obra acompanha semanalmente a execução e realiza medições mensais de produtividade em uma planilha de controle, separando por critérios cada etapa de execução. Estas medições passam pela conferência e validação do departamento de Controle de Engenharia, Gerência de Operações e Direção. Com os valores reais de produtividade, realiza-se mensalmente a verificação do serviço realizado, analisando se está compatível com o previsto inicialmente. Este acompanhamento é uma etapa importante do processo, pois possibilita a antecipação de possíveis impactos em outras atividades que precedem a execução da fachada.
Vídeo
Principais resultados obtidos
Ganhos de produtividade
Com a troca de sistemas a tendência é de conseguirmos uma redução de tempo de aproximadamente 30% no processo completo de revestimento externo da torre. Além disso, o método construtivo de fachada ventilada possibilita a antecipação de serviços complementares e subsequentes, permitindo uma redução ainda maior no cronograma, estimado em 10 meses para a obra em questão.
Ganhos financeiros
Como a implementação ainda não foi concluída e este é o primeiro empreendimento executado pela construtora, estimamos um acréscimo de custo de 10% para o sistema de fachada. Entretanto, não estão sendo considerados os custos como retrabalhos e indenizações que ocorrem com os revestimentos aderidos e que possivelmente supriria a diferença de custo existente. Para os novos empreendimentos, com os atuais valores e maior competitividade do mercado, estamos com um cenário de redução de 35% comparando os sistemas de fachada, e aproximadamente 1% no custo total da obra. O que mais impacta nos ganhos financeiros é a redução do cronograma em virtude dos custos mensais diretos e indiretos da obra, estimado em mais de R$1,3 milhões para este case, sem contar os custos com equipamentos como grua, elevadores e balancins.
Redução do prazo do subsistema em que a solução foi implementada
Com a implantação eliminamos: chapisco duplo, reboco estruturado, pastilha (colocação de pastilha, rejunte e juntas) e ensaios (aderência e percussão), totalizando numa redução de 7 meses. Essa redução e o adiantamento de serviços complementares permitiu anteciparmos em 10 meses a estruturação interna de drywall (caminho crítico no cronograma) e consequentemente todas as atividades subsequentes.
Redução do prazo total da obra
Com a eliminação do sistema de revestimento externo em reboco e pastilha e implantação da fachada ventilada, prevê-se a antecipação de aproximadamente 19% do cronograma inicial. Com o sistema aderido, a entrega do empreendimento estava prevista para janeiro de 2024. Com a fachada ventilada conseguimos antecipar e prever a entrega para março de 2023.
Impacto/Redução da mão de obra
A substituição do sistema permitiu reduzir a quantidade de equipes de execução e o tempo da equipe de engenharia para conferências. Tivemos uma melhora também em relação ao desgaste operacional. Sistemas aderidos como o de reboco e pastilha, por possuírem processos muito artesanais acabam interferindo na qualidade da execução ao longo da jornada, gerando retrabalhos, desperdícios e atrasos.
Outros benefícios gerados pela implantação
Menor consumo de água de execução (~50m³), limpeza da fachada (uma a cada 5 anos) e do consumo de energia pelo uso de ar condicionado por conta do maior conforto térmico (~20%). Menor volume de resíduos da execução (>24m³) e da emissão de CO2 ao deixar de empregar argamassas (~112 tCO2). Redução de danos por quedas de materiais. Redução do tempo de exposição dos colaboradores a atividades de risco
Benefícios qualitativos observados
Como o sistema de fachada ventilada é afastado da estrutura principal do edifício, é possível absorver possíveis desaprumos, alcançando níveis estéticos de altíssimo padrão. Essa característica também permite ao usuário maior conforto térmico, dissipando calor incidente na fachada pelo fluxo de ar atrás dela. Além disso, somente 5% da água incidida passa pelas juntas do porcelanato, chegando apenas 0,3% na alvenaria. Essa água, por usa vez, evapora com o efeito chaminé, eliminado problemas com infiltração e consequentemente melhorando a qualidade de vida do usuário e aumentando a durabilidade e vida útil do sistema. Por não possuir juntas fechadas, elimina a necessidade de troca de rejunte e reduz a frequência de limpeza, que com o sistema aderido deve ser feito a cada ano. Quanto aos elementos que compõem o sistema, por serem industrializados, passam por um rigoroso controle de qualidade desde a produção até a saída da indústria, garantindo que estão dentro das exigências normativas.
Cuidados necessários para reproduzir esta experiência em outras obras
Cada obra deve ser avaliada individualmente devido as peculiaridades do sistema. Cuidar com as prumadas e tamanhos dos contramarcos das esquadrias (reposicionamentos podem melhorar a produtividade e o aproveitamento do revestimento). Ao dividir a execução da fachada ventilada em 2 etapas, indica-se que a 1ª tenha maior número de pavimentos, liberando mais frentes de trabalho que precedem a fachada
Sugestão para melhorar ainda mais a produtividade
Fixação de esquadrias com contramarco parafusado, eliminando a necessidade de fixação com argamassa. Outros materiais de revestimento com módulos maiores de instalação, permitindo melhoria de produtividade. Paredes de concreto para fechar periferia durante a execução da estrutura e antecipar a fachada ventilada. Uso de steel frame como fechamento externo, industrializando a etapa de vedação.
Ficha Técnica do Case
Nome do Profissional:
Camila Gosenheimer
Cargo:
Analista
Departamento:
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
E-mail:
camila.gosenheimer@fgempreendimentos.com.br
Celular:
(47) 99648-7904
Natureza da atividade
Construtora / incorporadora
Tipo de obra
Edificação: Residencial
Estado: SC | Cidade: Balneário Camboriú
Ano de início: 2019 | Ano de conclusão: 2023
Parceiros envolvidos
Nome das empresas:
FG Empreendimentos |
Favegrup - Fachadas Ventiladas
Nomes e cargos dos profissionais envolvidos na experiência:
André Bigarella: Diretor de Engenharia
Bruno de Oliveira Nunes: Analista O&P Controle
Camila Gosenheimer: Analista de P&D Inovação
Fábio Lunardelli: Arquiteto Favegrup
Felipe Bolzan Rabelo Urso: Coordenador Engenharia Aplicada
Gustavo Andrey Simas: Gerente de Operações
Gustavo Santos: Engenheiro FG
Leonardo Crizam de Oliveira: Analista Esquadrias
Luemma Fabian: Analista O&P Controle
Marcel Morandi: Coordenador Orçamento e Planejamento
Stephane Domeneghini: Gerente de Engenharia Aplicada
Link:
https://fgempreendimentos.com.br/ https://favegrup.com/
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