Uso de laje protendida melhora produtividade em 34% no empreendimento Today Gomes de Carvalho

O Today Gomes de Carvalho é um empreendimento residencial na Rua Gomes de Carvalho, 585. Iniciado em janeiro/2025, tem conclusão prevista para março/2027. Com área construída de 12.916,96 m² em terreno de 2.000 m², conta com uma torre de 25 pavimentos e 361 unidades, sendo 32 não reversíveis e 329 reversíveis.
Responsável: Construtora Canopus

Solução técnica implementada

A Canopus enfrentava dois grandes desafios: a escassez de mão de obra especializada e a necessidade de otimizar o prazo de execução. O sistema tradicional de execução da laje de transição exigia grande mão de obra, além de elevado tempo de execução. Esse processo gerava gargalos no caminho crítico da obra, impactando diretamente no prazo global. Havia recorrência de atrasos nesse subsistema, o que trazia insegurança para o planejamento e compromissos com fornecedores. Diante disso, tornou-se necessário buscar uma solução que trouxesse ganhos de eficiência produtiva, redução de recursos e mitigação de riscos de atraso, garantindo maior previsibilidade para a execução. O desafio central era encontrar uma solução técnica que mantivesse a qualidade estrutural e de desempenho, mas que ao mesmo tempo reduzisse o esforço de execução, otimizasse o uso da mão de obra disponível e contribuísse de forma significativa para o cumprimento do prazo total da obra.
O desenvolvimento da solução iniciou-se com a solicitação ao projetista de estruturas para estudar alternativas que pudessem atender às necessidades de produtividade. Em conjunto com os parceiros, foi feito um levantamento comparativo de custo, prazo, material, mão de obra e equipamentos, considerando diferentes cenários construtivos. Esse estudo permitiu avaliar a viabilidade técnica e financeira de cada alternativa. Após análise, definiu-se a adoção de um sistema com maior potencial de eficiência: laje semi-plana protendida com uso de forma pronta e grua desde o início da obra. Essa escolha levou em conta a condição de que a estrutura é caminho crítico e, portanto, qualquer ganho obtido nesse subsistema refletiria diretamente na obra como um todo. O processo foi conduzido de forma colaborativa, envolvendo tanto equipe interna quanto projetistas e fornecedores, com foco em alinhar a melhor solução para superar uma dor recorrente: atrasos na execução das lajes de transição, que representavam um dos principais desafios recentes de prazo em obras semelhantes.
A solução foi implementada a partir de três frentes principais: aquisição de formas prontas, utilização de grua desde o início da obra e adoção da protensão para reduzir o volume e a altura das vigas de transição. Essas medidas resultaram em simplificação da montagem, melhor logística de canteiro e ganhos de produtividade na execução. A protensão, em especial, permitiu reduzir a altura das vigas, liberando pé-direito no térreo e otimizando compatibilizações. Para aferir os resultados, a produtividade foi monitorada continuamente e comparada com obras semelhantes. Foram controlados dados de mão de obra (homem.hora), metas de produção diária e ritmo de execução por área de laje. Esse acompanhamento sistemático possibilitou validar os ganhos obtidos, além de registrar indicadores que servirão como referência para obras futuras. O processo trouxe maior previsibilidade e possibilitou criar um banco de dados comparativo para apoiar decisões técnicas em novos empreendimentos.

Principais resultados obtidos

A produtividade aumentou em 34%, considerando a área de laje executada por dia (m²/dia), quando comparado a obras semelhantes que utilizaram transições convencionais. Esse ganho representou não apenas maior velocidade de execução, mas também a possibilidade de reduzir a quantidade de mão de obra necessária, tornando o processo menos vulnerável à escassez de profissionais especializados.
A solução técnica implantada apresenta grande potencial de impacto positivo no custo global da obra, ao reduzir a necessidade de mão de obra especializada, diminuir a quantidade de material utilizado nas formas e otimizar o uso de equipamentos. Durante a execução da laje de transição, constatou-se que o encurtamento do prazo trouxe ganhos indiretos, como a antecipação do início de outros serviços e maior flexibilidade na programação das frentes de trabalho.
Essa combinação reduziu significativamente os riscos de atrasos, que normalmente geram custos adicionais com equipes prolongadas e aumento de despesas indiretas, além de possibilitar sobreposição de atividades e melhor ritmo de execução.
Com a evidência desses ganhos, as futuras contratações com empreiteiros poderão ser mais reduzidas, otimizando recursos financeiros e logísticos, garantindo produtividade consistente e viabilizando soluções mais eficientes e sustentáveis em obras subsequentes.
Houve redução de 28% no prazo de execução da laje de transição em comparação a obras semelhantes, considerando a relação entre duração e área executada. Esse ganho representou não apenas antecipação do subsistema em si, mas também avanço na liberação de frentes de trabalho subsequentes.
A solução contribuiu para um potencial de redução de até 14 dias no prazo total da obra, trazendo maior previsibilidade para o planejamento e reduzindo o risco de atrasos em etapas críticas.
Houve redução de 56% no efetivo de carpinteiros e de 38% no efetivo de armadores (homem.dia/m² de laje). Isso demonstra o impacto direto na racionalização do processo e na diminuição da dependência de mão de obra especializada.
A adoção da solução trouxe benefícios além da produtividade. A laje de transição semi-plana reduziu a área de formas, melhorando o aproveitamento de materiais e diminuindo o descarte, além de reduzir a quantidade de pilares e ampliar os ambientes finais. A protensão minimizou deformações, evitando trincas e aumentando a durabilidade. Menos furos em vigas simplificaram compatibilizações, e a redução de profissionais em carpintaria e armação elevou a segurança. Assim, a solução gerou ganhos técnicos, econômicos, ambientais e de segurança.
Fornecedores e equipes internas relataram maior facilidade de execução, destacando a simplicidade do processo e a previsibilidade do cronograma. Essa percepção positiva reforça a aplicabilidade e aceitação da solução para obras futuras.
A solução é aplicável a edifícios verticais de médio e grande porte que possuam lajes de transição, especialmente em empreendimentos residenciais e comerciais nas quais o prazo e a eficiência executiva são fatores críticos.
Antes da adoção, é essencial realizar estudo comparativo de alternativas construtivas, considerando custo, prazo e recursos disponíveis. Também é necessário avaliar a logística do canteiro para uso de grua desde o início, além de contar com projetista de estruturas experiente em protensão. O planejamento deve garantir que a solução seja aplicada com qualidade, evitando riscos de incompatibilidades.
Como lição aprendida, recomenda-se que o projeto estrutural já seja desenvolvido considerando o uso de laje protendida desde a concepção. Além disso, é possível ampliar o ganho de produtividade adotando laje totalmente plana protendida, o que eliminaria vigas, simplificando ainda mais a execução, a forma e a armadura, aumentando a industrialização do processo.

Parceiros envolvidos

Construtora Canopus
RM+
Sara Teixeira - Gerente de Planejamento, Orçamento e Custo
Rodrigo Lima - Coordenador de Planejamento
Bruno Henrique - Superintendente de Obras
Breno Baio - Gerente Geral de Obra
Rafael Santos - Gerente de Obra
Gabriela Santos - Trainee de Engenharia
Adriana Paiano - Gerente de Projetos
Mariana Messina - Coordenadora de Projetos
Aline Osoegawa - Especialista de Projetos
Fernanda Varela - Analista de Projetos
Carolina Ribeiro - Eng. da Qualidade
https://canopus.com.br/todaygomes

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