Até quando o setor de construção civil será resistente à transformação digital?
As tecnologias da transformação digital estão inovando todas as áreas, desde a medicina a serviços bancários, passando pelo comércio eletrônico e a educação. Mas e a construção civil, como fica? Em um estudo da consultoria McKinsey, o resultado foi que o setor foi um dos últimos a adotar inovações disruptivas.
As possibilidades da transformação digital, para a McKinsey, apontam que a adoção de novas tecnologias é capaz de melhorar processos e a produtividade, gerando inovação.
Chega de ficar estagnado! Segundo o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), o ano de 2019 se encerrou com um crescimento de 2%. E a perspectiva é de que, em 2020, os números sejam ainda melhores.
As vendas fechadas o ano passado reduziram os estoques de imóveis à venda e abriram espaço para novas obras. De fato, o Brasil tem tudo para se tornar uma das nações mais digitalmente desenvolvidas do mundo.
O mercado está ansioso por novidades que ajudem na recuperação das dificuldades dos últimos anos, isso sem dizer que construir é um processo cada vez mais caro e complexo. As novas tecnologias são a solução, apoiando e resolvendo grandes problemas do ramo como aliar custo, logística, equipe e qualidade.
Mas o que falta então para que a adoção de novas tecnologias realmente decole? Uma palavra resume: coragem.
Coragem para inovar, mudar o status quo, quebrar paradigmas e abandonar processos arcaicos, entrando finalmente no século 21.
Uma pesquisa realizada pela Tungsten Network, em parceria com a Forrester, constatou que os vencedores na era digital serão as empresas que melhor usarem a tecnologia também para conquistar, servir e reter clientes.
O levantamento apurou também que as cadeias de suprimentos e as práticas de compras ainda não estão otimizadas para atender às demandas dos clientes atuais.
De acordo com a pesquisa, companhias que investiram na transformação digital conseguiram aumentar seu alcance online em 76%, aumentaram a receita proveniente de novas fontes de negócio em 37% e a satisfação dos clientes em 40%.
Estes dados fazem pensar: não adianta nada mudar a maneira de produzir se a forma de vender continuar a mesma! Isso significa que também é necessário mudar o mindset na hora de buscar leads. Não digo abandonar de vez as maneiras tradicionais, mas sim pensar novas em formas de aproveitar o potencial do universo digital.
O perfil do consumidor mudou, é preciso fazer muito mais para conquistá-lo. E aqui no Brasil a construtora MRV está colocando em prática um modelo totalmente disruptivo. Trata-se de uma plataforma de vendas digital que oferece a possibilidade de comprar um apartamento totalmente online.
O ambiente passa por todas as etapas da compra: escolha da unidade, simulação e aprovação do crédito, negociação da proposta e assinatura do contrato digital. Com objetivo de desburocratizar o ato da compra, a primeira venda foi concretizada em Minas Gerais no final do mês de janeiro.
Além do modelo praticado pela MRV é possível também utilizar plataformas conversacionais como WhatsApp, Messenger e Telegram como uma importante aliada na geração de leads que podem levar a vendas.
E o investimento é infinitamente menor. Ao invés de desenvolver uma plataforma online ou um aplicativo, basta entrar em contato com a empresa via WhatsApp, por exemplo. Para o consumidor é muito mais simples do que acessar o site ou aplicativo e esperar que ele seja carregado. E com um benefício único: as interações são automatizadas e não dependem de interação humana.
Isso é possível a partir da utilização de um hub de serviços conversacionais que pode utilizar Inteligência Artificial, Machine Learning e ter acesso aos sistemas utilizados pela construtora.
Como anda a adoção de ferramentas de transformação digital na sua construtora? Seu time de marketing e vendas ainda continua procurando leads da maneira tradicional? Já passou da hora de se movimentar, é impossível ficar fora das mudanças do setor!
*Marcos Abellón, diretor-geral da W5 Solutions e criador do hub AnnA