A produtividade é um dos fatores decisivos para a viabilidade econômica de um sistema construtivo, em especial para o sistema estrutural.

A viabilidade de um sistema estrutural passa pelas seguintes fases evolutivas:

  • Concepção e estudo de alternativas dos sistemas estruturais aplicáveis
  • Dimensionamento, detalhamento dos elementos e quantificação de materiais
  • Estudo do sistema construtivo e sua produtividade
  • Logística para acesso e transporte de equipamentos, materiais e montagens.

Muitas vezes a análise do custo de uma estrutura é balizada por indicadores indiretos, tais como:

  • Custo por volume de concreto
  • Espessura média de concreto a ser consumido
  • Taxa de forma por área de projeção horizontal

No entanto, os fatores acima não garantem que o custo obtido por estes indicadores e seus custos médios produzirão o custo total real da estrutura em análise, pois na maioria dos casos, a estimativa de mão de obra empregada no processo construtivo adotado não é passível de ser estimada sem uma análise criteriosa do projeto em foco, incluindo formas, armações e detalhes de encontros entre as peças.

O conhecimento do custo só será efetivado quando o sistema construtivo estiver concluído em sua totalidade e a sua eficiência só será conhecida após a completa conclusão da obra e de um certo tempo de operação decorrido. Portanto, a projeção de um custo é sempre uma variável aleatória, pois joga com possibilidades, riscos e incertezas.

Neste sentido, tomando-se o custo como uma variável matemática e aleatória, nossa meta sempre será minimizá-lo, enquanto maximizamos a qualidade e desempenho, dentro da expectativa do produto que estamos a desenvolver.

Por outro lado, a produtividade nos municiará das relações entre o consumo de mão de obra e tempo de execução, que são variáveis que influem no custo e na qualidade do produto.

Sabe-se que um bom projeto estrutural pode, mesmo aumentando o custo médio de materiais, trazer economias de mão de obra e de tempo superiores a 30% em relação a um similar baseado apenas em metas de espessura média e de taxa de aço por volume.

O aumento da produtividade, portanto carece de um desprendimento destas amarras e da contratação de mão de obra parcialmente desatrelada aos indicadores de consumo de materiais, mas sim, que considere o sistema construtivo adotado e que compreenda que o projeto é o meio através do qual se pode chegar a conhecer e simular prazos, produtividade e custos. Minimizar o valor intrínseco ao projeto, em geral frustra as possibilidades de aumento de produtividade e inviabilizam uma política de industrialização.

A industrialização, sem dúvida é uma das soluções para o aumento da produtividade uma vez que nela se realiza o conhecimento e a estabilização da projeção dos índices de produtividade que, como podemos comprovar pelo extenso trabalho e dedicação ao tema, realizado pelo Prof. Dr. Ubiraci Espinelli, tem uma grande amplitude de variação, dependendo prioritariamente do projeto, do processo e do produto.

A industrialização do processo construtivo, mesmo que parcial, é o caminho para a minimização do custo com a qualidade requerida pelas normas de desempenho e de projeto estrutural.

Eng. Francisco Paulo Graziano – Sócio-Diretor da Pasqua e Graziano, Consultoria, Concepção e Projeto Estrutural S/S Ltda. Ex-Presidente e atual Conselheiro da ABECE

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