A AFEAL, Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio, atua em nível nacional, estando presente em 17 estados brasileiros mais o Distrito Federal, e tem como objetivo aproximar, estabelecer contatos e desenvolver um intercâmbio de conhecimentos técnicos entre os parceiro de todo o Brasil. É uma das entidades parceiras que apoiam o movimento “Produtividade do Mesmo Lado’.

Confira abaixo a íntegra da entrevista exclusiva com o vice-presidente de Programas de Qualidade da AFEAL, Antonio Antunes:

P: O portal de Produtividade foi criado pelo movimento das Entidades Do Mesmo Lado com o objetivo de reunir as melhores práticas do canteiro de obras e fomentar o crescimento da produtividade da construção civil no país. E o Prêmio Produtividade Do Mesmo Lado é uma iniciativa deste grupo com o propósito de reconhecer e promover as soluções voltadas para o desenvolvimento da inovação no setor. Como o senhor enxerga estas iniciativas?

A questão da inovação é essencial para que nosso setor de esquadrias de alumínio se firme cada vez mais como uma excelente opção para a construção. Eu sempre digo que o alumínio é o melhor produto para fazermos esquadrias. É versátil e durável como nenhum outro material. Nossa indústria ainda está evoluindo e tem um longo caminho a percorrer. Considero que poder conhecer soluções vitoriosas de outros segmentos e até mesmo algumas implementadas dentro de nosso setor que aumentam a produtividade e a qualidade, fazendo melhor, é extremamente enriquecedor. Essa ideia na minha opinião é uma iniciativa única e todo o setor da construção só tem a ganhar com isso: entidades unidas, engajadas, para oferecer produtos e serviços cada vez melhores.

P:  O senhor acredita que o Prêmio Produtividade Do Mesmo Lado pode contribuir, além da promoção das melhores práticas, na formação de parcerias e idealização de novos projetos, técnicas e soluções para o setor?

Sem dúvidas. Eu acredito que ele já está fazendo isso. Só de poder ver as entidades juntas, propondo o Prêmio, isso já é um grande avanço. Eu acredito muito nisso. Um tema relevante para essa questão da elevação da produtividade é a construção modular, uma tendência mundial e que envolve diretamente a idealização de projetos conjuntos entre setores complementares. Nesse novo modo de fazer, as soluções passam a ser interdependentes. A convergência de códigos, melhorias dos processos, o desenvolvimento de novas tecnologias e processos para alavancar a construção industrializada são essenciais para esse tipo de trabalho e acredito que a integração entre os diversos setores da construção será essencial para esse processo.

P: O crescimento de 1,2% da economia no primeiro trimestre de 2021 coloca o Brasil na 13ª posição no Austin Rating PIB Ranking, um levantamento com as maiores economias do mundo.  E o país se classificou na 62ª posição em 2020 no Índice Global de Inovação 2020, quatro posições acima da que obteve em 2019. As análises acima apontam que há cenário e condições para o Brasil tornar-se uma grande potência mundial. Quais ações poderiam contribuir ao processo de aumento da competitividade em relação a outros países?

A questão da carga fiscal e tributária é sem dúvida um fator que atravanca sobremaneira a produtividade em nosso país. Ainda faltam também políticas públicas para o real incentivo à indústria. O Brasil possui uma capacidade produtiva extraordinária. E nosso setor da construção tem uma força sem tamanho. Poderíamos produzir muito mais e melhor com mais incentivos à ciência, à tecnologia. E também incentivos aos industriais, por exemplo para implementar maquinários, implementar projetos de indústria 4.0 e outros.

Nós na AFEAL temos como uma de nossas bandeiras o desenvolvimento de políticas públicas para incentivo à construção industrializada. Entendemos que no caso das esquadrias, a produção em obra não é recomendada (são raríssimas as ocasiões em que o canteiro é preparado adequadamente para a produção). O ambiente industrial é adequado e preparado para a fabricação de uma esquadria de qualidade e desempenho preconizados nas normas.

Outro ponto é a falta de isonomia tributária entre os sistemas construtivos industrializados e as esquadrias produzidas nos canteiros. Em nossa visão, a produção industrializada é muito mais vantajosa e deve ser incentivada, ela reduz prazos, possibilita maior controle de custos e de qualidade, propicia menor desperdício de materiais, é mais sustentável, pode oferecer melhores condições para os trabalhadores, possibilita o uso de tecnologias mais avançadas, é eficiente e flexível para adaptações e possibilita a elaboração de projetos arrojados.

P: As esquadrias, com o aperfeiçoamento, podem ser adaptadas para vários acabamentos. O alumínio tem um longo tempo de vida útil, é reciclável e promove o uso consciente de energia. Quais são os outros aspectos a serem considerados na escolha dos materiais para o melhor desempenho e sustentabilidade nos projetos?

Sem dúvida, o alumínio é um produto fenomenal para a construção de esquadrias. Eu costumo dizer que, com a manutenção e limpeza adequadas, uma esquadria pode ser considerada sem prazo de validade. No prédio onde eu moro, inclusive, as esquadrias têm mais de 30 anos e, se você observar, continuam como novas. A durabilidade é sem dúvida um dos pontos mais significativos da escolha pela esquadria de alumínio. Mas há também diversos outros. Destaco aqui a segurança e o conforto acústico. Claro que é necessário que o produto esteja dentro de norma. Cumprir as normas de desempenho é essencial para todos os segmentos da construção e todos os tipos de produtos. Na AFEAL, nós levantamos muito essa bandeira, da qualidade. Conduzimos inclusive o PSQ – Programa Setorial de Qualidade de Portas e Janelas de Correr de Alumínio, uma importante ferramenta para que o fabricante de esquadrias de alumínio coloque um produto seguro e com excelente desempenho no mercado.

P: As esquadrias asseguram o fechamento e a proteção dos ambientes internos, além de determinarem como serão as trocas de calor, ventilação e iluminação com as áreas externas. Na opinião do senhor, quais são as inovações tecnológicas das esquadrias que apresentam o melhor custo-benefício?

Do ponto de vista do consumidor, assim como em outros segmentos, produtos inteligentes vão ganhando cada vez mais o nosso mercado. Vemos esquadrias interligadas com os programas e rotinas automáticas das casas, como por exemplo programadas para abrir ou fechar de acordo com as demandas das famílias, ou com vidros que escurecem conforme comandos digitais, controle de temperatura e outros. Claro que muitas dessas inovações ainda têm um alto custo e não estão acessíveis a todos. No que diz respeito a custo-benefício, acredito que a persiana integrada seja um modelo de esquadria bastante versátil e acessível, utilizado em ambientes que precisam de versatilidade, pois ela permite tanto 100% da passagem de luz quanto um efeito blackout.

P: Na live ‘Dia da Produtividade’ da AFEAL, realizada no dia 07 de julho, foi enfatizada a necessidade de as esquadrias estarem dentro das especificações das Normas de Desempenho, principalmente por conta da ação do clima e tempo. Como o consumidor pode verificar, no empreendimento que irá adquirir, se o produto está em conformidade?

A maneira mais fácil de saber se um produto está dentro de norma é verificar se aquela empresa faz parte do PSQ – Programa Setorial de Qualidade de Portas e Janelas de Correr de Alumínio. Se a empresa é qualificada pelo programa, certamente ela está atendendo a todas as normas de desempenho. É necessário que o consumidor cobre da construtora que adquira apenas produtos dentro de norma.

P: O senhor acredita que a participação da AFEAL como patrocinadora do Prêmio Produtividade poderá contribuir para mais conhecimento do público sobre as importantes atividades da Associação?

Sem dúvida. Esta conjunção de entidades do mesmo lado, todas atuando de maneira sistêmica com seus diversos públicos traz visibilidade para as atividades de todas. Inclusive acredito que um grande desafio para o grupo é encontrar a melhor maneira de ampliar esse público em conjunto e dialogar com a sociedade. Lembro que o setor da construção é um dos mais pujantes do País. Só para exemplificar, no contexto da pandemia, a construção foi um dos poucos setores capazes de gerar empregos formais. Em 2020, foram criados no Brasil 143 mil empregos, 112 mil deles na construção. Em 2021, até agora, já geramos 180 mil vagas, segundo dados do CAGED. Ao mesmo tempo, temos um déficit habitacional de 7,8 milhões de moradias. A atuação das entidades e a organização setorial tem um papel fundamental tanto para fazer com que o setor seja reconhecido, como para trabalhar para que as necessidades da população sejam atendidas. E a AFEAL tem trabalhado intensamente nesses dois sentidos. Acreditamos no Prêmio e na atuação em conjunto das entidades Do Mesmo Lado.

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