O aumento da produtividade na construção civil, além de demandar inovação, conhecimento e capacitação no canteiro de obras, demanda também movimentação do seu mercado-alvo. E depende de bons profissionais e empresas de intermediação de negócios imobiliários, analisa presidente do Sistema Cofeci Creci em entrevista exclusiva para o Portal de Produtividade do Mesmo Lado.

João Teodoro avalia que a iniciativa das Entidades do Mesmo Lado de criarem o Portal de Produtividade contribui para a promoção das melhores práticas, facilita o compartilhamento de soluções inovadoras que contribuem para o aumento da produtividade no setor da construção civil.

“É louvável qualquer iniciativa no sentido de desenvolver e inovar. No Brasil há mais de 14 milhões de desempregados cuja maioria ostenta pouca educação básica, motivo maior do desemprego num mundo cada dia mais tecnológico. Por isso, é importante o movimento (das) “Entidades do Mesmo Lado” especialmente se as inovações propostas puderem evolver melhoria do status educacional do pessoal”, afirma.

Confira abaixo a íntegra da entrevista exclusiva de João Teodoro para o Portal de Produtividade do Mesmo Lado:

P: O portal de Produtividade foi criado pelo movimento das “Entidades Do Mesmo Lado” com o objetivo de reunir as melhores práticas do canteiro de obras e fomentar o crescimento da produtividade da construção civil no país. E o Prêmio Produtividade Do Mesmo Lado é uma iniciativa deste grupo com o propósito de reconhecer e promover as soluções voltadas para o desenvolvimento da inovação no setor. Como o senhor enxerga estas iniciativas?

R: É louvável qualquer iniciativa no sentido de desenvolver e inovar. No caso particular da construção civil, todos sabemos que este é um setor que emprega muita mão-de-obra, com uma particularidade: é o que mais absorve mão-de-obra que ainda pode ser desenvolvida por operários de baixa escolaridade. No Brasil há mais de 14 milhões de desempregados cuja maioria ostenta pouca educação básica, motivo maior do desemprego num mundo cada dia mais tecnológico. Por isso, é importante o movimento (das) “Entidades do Mesmo Lado” especialmente se as inovações propostas puderem envolver melhoria do status educacional do pessoal.

P: O senhor acredita que o Prêmio Produtividade do Mesmo Lado pode contribuir, além da promoção das melhores práticas, na formação de parcerias e idealização de novos projetos, técnicas e soluções para o setor da construção civil

R: Sim. Tanto acredito que, como representantes de um dos segmentos de serviços de apoio ao mercado imobiliário (corretagem), participamos do movimento como forma de incentivar não apenas inovação e criatividade, mas também as parcerias.

P: São cerca de 400 mil profissionais e 50 mil empresas de intermediação de negócios imobiliários, dados do próprio COFECI. Como o senhor visualiza o trabalho dos corretores nos próximos anos com as inovações tecnológicas que vem ocorrendo?

R: Uma das maiores preocupações do Sistema Cofeci-Creci tem sido com a atualização permanente dos conhecimentos dos Corretores de Imóveis. A pandemia do coronavírus mostrou que a tecnologia nos serviços de intermediação imobiliária estava muito mais avançada do que na prática era utilizada. Diante dessa constatação, nosso trabalho durante esse período foi focado na atualização e na inserção de eventuais resilientes nos avanços tecnológicos. Não há retrocesso nesse processo.

P: A digitalização foi muito importante para agilizar a emissão de certidões, pagamentos de taxas e impostos, e desburocratizar os processos de compra e aluguel de imóveis. Quais iniciativas o senhor acha importantes para os corretores conseguirem se adaptar a estas mudanças

R: Na verdade, trata-se muito mais de vontade do que de adaptação. Os profissionais Corretores de Imóveis de hoje já têm formação educacional suficiente para inserir-se facilmente no uso de qualquer das ferramentas tecnológicas disponíveis. O que estamos fazendo – como sempre fizemos – é incentivar o conhecimento, geral e técnico especializado.

P: A capacitação de corretores de imóveis é uma das premissas do COFECI. Quais são as habilidades fundamentais aos profissionais do segmento? E como eles podem contribuir com o aumento da produtividade ao setor da construção civil?

R: O aumento da produtividade na construção civil, além de demandar inovação, conhecimento e capacitação no canteiro de obras, demanda também movimentação do seu mercado-alvo. Este, por seu turno, depende de bons profissionais e empresas de intermediação de negócios imobiliários. A capacitação de nossos profissionais, em sentido amplo, é o que de melhor podemos fazer para contribuir com o aumento da produtividade no setor. Quanto às habilidades, todas são fundamentais. Desde a empatia, comunicabilidade, apresentação pessoal e conhecimentos, gerais e técnicos. Não há se falar em médio-profissional. Bons profissionais se fazem por inteiro.

P: Como o mercado imobiliário internacional pode servir de referência para o Brasil em termos de inovação e eficiência?

R: Na verdade, não há muito que diferencie o mercado nacional do internacional. A internet promoveu uma grande homogeneização de conhecimentos e operacionalidade. A diferença notável entre um e outro é que cada país tem peculiaridades que, mandatoriamente, são consideráveis em qualquer negociação internacional.

P: Na live ‘Dia da Produtividade’, realizada no dia 19 de agosto, o senhor Luiz Barcellos, Conselheiro Federal e Vice-Presidente de Avaliação Imobiliária do COFECI, comentou que o setor imobiliário está atraindo investidores estrangeiros. Além da queda da taxa básica de juros, Selic, e a desvalorização da moeda brasileira, quais seriam os pontos a serem considerados que contribuem com este momento?

R: O Brasil é um país republicano democrático de direito e ostenta um sistema legal eficiente, que garante a propriedade plena de bens de raiz. Além disso, é um país ainda em desenvolvimento, o que garante inúmeras oportunidades a serem exploradas na indústria, no comércio, nos serviços, no turismo, na infraestrutura e na extração mineral, dentre outros. Tem grande extensão territorial com mais 8,5 milhões de quilômetros quadrados (a quinta maior do mundo), cerca de 7,2 mil quilômetros de litoral, população de mais de 213 milhões de pessoas, clima e bioma diversificados, povo acolhedor, com inúmeras etnias convivendo em absoluta harmonia e não convive com desastres naturais frequentes como: vulcões, furacões, terremotos, maremotos e tempestades.

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