A startup alagoana Isobloco nasceu em 2017 com a missão de contribuir para uma construção civil mais sustentável: reutilizando 100% dos resíduos gerados na obra, reduzindo a emissão de poluentes, custos e tempos de logística. Tudo isso graças à tecnologia própria com base no concreto celular termoacústico aliado ao aço, um produto mais econômico, capaz de substituir o tijolo, e que pode resolver os principais problemas na construção civil com eficiência energética.
A ideia de trabalhar com o concreto celular surgiu quando Henrique Ramos, fundador e CEO da construtech, morava em Portugal (foram 10 anos por lá). O material, que era uma forte tendência no setor de construção civil na Europa, saltou aos olhos do engenheiro mecânico. Não demorou muito para que começasse a pesquisar mais sobre a tecnologia e enxergar uma oportunidade de negócio inovador e com grande potencial de escalabilidade no mercado de construção civil brasileiro.
Ao voltar ao Brasil, fundou outros negócios voltados à construção civil, mas, segundo revelou ao Startups, chegou num ponto em que nada o que estava fazendo fazia mais sentido. E, ao perceber a dificuldade no setor relacionada à industrialização, tempo de produção e desperdício de material, decidiu criar a Isobloco. “Vendi quase tudo que eu tinha (terreno, apartamento, carros, etc) e consegui em torno de R$ 3 milhões para fundar a startup. Abdiquei de muita coisa, de padrão social, mas sempre acreditei muito naquilo que estava fazendo”, conta ele.
Há 5 anos, a Isobloco fornece ao mercado soluções em concreto celular, com custo competitivo e que se adequa à cultura de construção brasileira. O bloco fabricado pela empresa é composto por cimento, sílica, agente aerador, além de micro e nanobolhas, deixando-o mais leve e assegurando proteção corta-fogo.
No portfólio, além do bloco de concreto celular termoacústico, que deu nome à startup, também são ofertados cola polimérica de alto desempenho, massa niveladora que substitui o reboco, laje para coberturas e painéis termo-acústicos.
Para se ter uma ideia dos benefícios com o uso de um isobloco, a startup faz um comparativo dando como exemplo um prédio de 8 andares e 6.000 m². A obra com isobloco tem redução de 75% na emissão de CO2, redução de 2.500 toneladas de resíduos, que podem ser reutilizados na própria obra, além de uma economia de 38% nos custos diretos de sistema construtivo.