Entendendo como uma das possíveis definições para a inovação como “melhorar a forma como você faz hoje”,  a Sobratema tem então, em seu DNA, um forte vínculo com a inovação através da socialização do conhecimento disponibilizando as melhores práticas em termos de treinamento, de processos e gestão, de materiais, novos produtos, equipamentos, dentre outros.

Cenário atual

No mundo atual temos velhos e novos desafios como formação de pessoas, questões ambientais, sociais e de governança e de sobra diversas crises como: guerra, epidemias, saneamento, alimentação, catástrofes climáticas, geração de resíduos, inclusões, etc. Para alcançarmos então uma excelência operacional, sermos produtivos, eficazes, precisamos entender e atender/tratar todos esses desafios e, para isso, qualquer solução passa por uma visão integrada das abrangências dessa solução, integrando setores diversos de uma empresa, por exemplo. Questões ambientais, sociais, de governança precisam ser contempladas hoje em dia estando na inovação um de seus pilares sem esquecer o resultado financeiro, todos necessários à sustentabilidade.

Três dos temas tratados na Sobratema nesses últimos tempos foram Telemetria, Integração da tecnologia e ESG que pretendemos tratar nesse trabalho de forma única e com resultados práticos.

Integração de uma solução tecnológica dentro de uma empresa e de forma geral, abrangendo vários de seus setores, ela não só é interessante como altamente necessária. Integração é um grande desafio em qualquer área de qualquer empresa (pequena, média ou grande) também até em países pouco ou muito desenvolvidos.

Aí então entra a proposta com o tema Telemetria como solução tecnológica e a Integração como solução para maximização da solução. Telemetria é uma solução já bem conhecida e disponível pelos fabricantes dos equipamentos e por plataformas independentes, mas não de forma integrada (atendendo a todas as marcas e modelos de uma obra) nem na unidade de medição m3/h por exemplo. Em termos de telemetria, ter uma plataforma única é um requisito essencial para se falar em produtividade e alinharmos a unidade de trabalho com a unidade que se mede e se recebe de um cliente.

Em termos de produtividade não é eficaz medirmos somente uma ou outra marca, um ou outro tipo de equipamento, medir km ou hora sem saber se está ou não carregando material, “trabalhando” muito, mas sem ser produtivo, podemos ter muitas horas ou km de rodados de um caminhão, mas sem sabermos se carregou algo, por exemplo.

Sendo fonte de dados que irão virar informações ela (a telemetria) pode integrar diversos setores de uma empresa como: operação, manutenção, medição, orçamentação, Recursos Humanos, jurídico, segurança, dentre outros, além de permitir obtenção de indicadores ESG para controle dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) como economia de combustível, menos acidente, melhor operação com consequente menor custo (produtividade). Também permitir a inclusão (social) do operador/motorista em sistemas de premiação permitindo ranqueá-los considerando a meritocracia (identificando aqueles que contribuem efetivamente no resultado). Tratamos aqui tanto de produtividade como de segurança, governança, questões ambientais, sociais, jurídicas, ou seja, ESG, hoje em dia uma necessidade.

Aliada a recursos de I.A. (Inteligência Artificial) com a integração poderemos maximizar o resultado permitindo previsibilidade, proatividade nas intervenções visando a produtividade (sejam humanas, máquinas, locais, gargalos, segurança/acidentes).

Havendo uma integração entre os sistemas dos diferentes fabricantes seria possível extrair todo o enorme arsenal de informações disponibilizado pelo barramento CAN. São hoje mais de 400 informações, começando por uma lâmpada queimada e chegando a informações dos sinais vitais dos equipamentos, como pressões, temperaturas etc. Além das informações relativas à movimentação, produção e produtividade, entre outras, conforme anteriormente abordado.

Aplicações

Um sistema integrado de gestão de frotas pode também ser associado a recursos de AI (Inteligência Artificial), para, por exemplo, disponibilizar em tempo real não apenas informações de segurança, informando a um motorista que ele está se aproximando de uma região perigosa onde há muitas ocorrências de assaltos, mas também informações para prevenção de acidentes de forma a evita-los como por exemplo mapas de calor apontando locais e operadores com grande concentração de eventos de segurança (curva muito acentuada, freadas e acelerações bruscas, etc) essa concentração de eventos pode determinar um grande risco de acidente apontando o operador, o local e os eventos que precisam ser tratados proativamente com treinamento personalizado. A forma correta de operar ou dirigir refletiu também em econômica de combustível de 15% em média além de diminuir custos de manutenção de forma até mais significativa que a economia de combustível, essa mais fácil de se aferir.

Também é possível integrar um sistema de telemetria aos sistemas de ERP das empresas, vinculando suas informações ao RH – para informar sobre carga horária de trabalho (entrada e saída) dessa forma ter controle de jornada de trabalho, também integração aos sistemas de gestão de estoques e manutenção. Pode-se também roteirizar os veículos, a partir de informações provenientes das áreas comercial, de logística e de suprimentos, entre outras.

Dispositivos adicionais para identificação de obstáculos (como pessoas ou veículos na área de trabalho, área de risco); liberação de partida dos equipamentos para operadores devidamente cadastrados, alertas de cansaço, de sonolência ou embriaguez também podem são tratados pela telemetria. Com os ganhos da integração a com uma melhor produtividade a telemetria pode ser vista como um investimento, como um centro de resultados e não somente como custo.

Conclusões

Inovação não é só fabricar algo novo, disruptivo, inovação é também fazer melhor o que se faz hoje, como melhoria de processos, mudar a forma de se executar algo, etc. Esse trabalho se propõe a lançar luzes para o desafio da integração de soluções através de sua aplicação com a visão ampla, holística.

Diria que essa discussão cairia bem em um ambiente para maximização em termos de Produtividade tanto em questões de equipamentos quando de processos e indicadores ESG sem falar que podemos obter incentivos financeiros pelas inciativas de inovação além de redução significativa de custos = produtividade.

Silvimar Fernandes Reis é vice-presidente do Conselho Administrativo e presidente do Comitê ESG Sustentabilidade Sobratema. Também é presidente do Conselho Editorial da Revista M&T.

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