IMPLANTAÇÃO DE MÃO DE OBRA PRÓPRIA PARA INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E HIDRÁULICAS GERA ECONOMIA NO CUSTO DA OBRA.

Passamos por um período caótico devido à pandemia que ocorreu em todo o mundo e isso impactou diretamente nos preços dos materiais e serviços da construção civil. Nesse período, as empresas terceirizadas estavam com dificuldade em relação à mão de obra, pois parte dos funcionários estavam afastados. Havia também um histórico recorrente de problemas na qualidade dos serviços de instalações, que prejudicavam a entrega final das unidades para os nossos clientes. Além disso, pensamos em reduzir o retrabalho recorrente da assistência técnica da Tegra, em ter um maior controle dos materiais utilizados e dos profissionais que executariam os serviços internamente. Através de estudos de mercado, percebemos que essa ideia era possível, já que existem outras empresas do mesmo ramo que adotam o sistema de equipe própria para execução de instalações elétricas e hidráulicas nos empreendimentos. Assim, com a nossa própria mão de obra, minimizamos problemas com prazo, qualidade e custo.

Para alcançar o objetivo de ter mão de obra própria de instalações, foi necessário um olhar crítico, colhendo opiniões de diferentes áreas da empresa, unindo todo o know-how necessário para conseguirmos elaborar um projeto que se mantenha em constante processo de melhorias. A equipe de Suprimentos ficou responsável por trazer os insights referentes às contratações, criando vínculos com os nossos fornecedores. A área de Planejamento e Custos manteve o controle de custo do projeto inicial para que não houvesse grandes variações e planejaram as etapas de execução dos serviços. A equipe de Projetos se responsabilizou pelas possíveis alterações, pensando em deixar os processos mais produtivos e trazendo inovações que poderiam ser implantadas nos projetos da Tegra. A equipe de obra ficou responsável por dimensionar a equipe, acompanhar a evolução dos serviços e o controle das atividades dentro do canteiro, de forma que os feedbacks chegassem ao restante das áreas envolvidas. Por fim, contratamos uma empresa de consultoria de instalações para auxiliar em todo o processo. Fazíamos reuniões semanais na obra, visando melhorias e trocas de experiências, tudo para melhor amadurecer o projeto

Visando melhorar a produtividade, tínhamos controle dos colaboradores que trabalhavam na obra, que aumentava conforme a demanda, sendo realocado conforme sua diminuição. Utilizamos materiais pré-fabricados que agilizam a montagem e instalação (kit polvo, smart ban, kit elétrico, etc). A equipe de suprimentos contratava os materiais conforme a necessidade, visando diminuir o estoque e facilitar a logística no canteiro. O setor financeiro adiantava os pagamentos e entregas de materiais que tinham previsão de aumento de preços (como os cabos elétricos de alimentação da obra). Para medir a produtividade usamos um macrofluxo padrão para as nossas obras, que foi criado com base no histórico de todas as construções já realizadas. Assim, temos a base de produção necessária para executar todos os serviços de instalações e mês a mês era realizada a medição das atividades realizadas e comparada com o previsto. Essa medição, que era controlada por pavimento e percentual executado, gera a Curva S de instalações, onde alguns meses produzimos mais e outros produzimos menos que o previsto. Assim, era criado um plano de ação e as atividades eram reprogramadas para atender o percentual esperado.

Mensalmente controlamos e comparamos a evolução dos serviços. No dia 30/11, por exemplo, o serviço de prumadas hidráulicas estava executado até o 5º pavimento. No dia 30/12, a prumada hidráulica estava executada até o 9º pavimento, totalizando 4 pavimentos no mês. Usamos essa produtividade para comparar com nosso planejamento, que era de 4 pavimento/mês ou 1 por semana. Ou seja, nossos ganhos foram na sequência de execução, terminalidade dos serviços e qualidade final de obra, evitando problemas que tivemos em outras obras.

Ainda na fase de concorrência, o custo de instalações com empresas do mercado era aproximadamente 5% superior ao orçado pela Tegra Install. Por isso, optamos por executar todos os serviços com mão de obra própria e controle dos materiais e serviços. Durante a execução, as equipes de obra e de suprimentos puderam realizar diversas parcerias e compras estratégicas, o que foi vital para evitar o aumento de preços que o mercado sofreu em 2021. Com a compra dos insumos realizada de maneira antecipada, a obra pôde adiantar serviços e atacar diversas frentes de trabalho. A gestão dos serviços com equipe própria também proporcionou redução no desperdício de materiais, uma vez que os serviços eram executados com mais assertividade e menor retrabalho. Além da qualidade de entrega dos serviços, a Tegra Install gerou uma economia de 0,8% no custo global da obra, entregando um excelente resultado para a obra e para a empresa. Considerando apenas as instalações, tivemos uma economia de 5%.

Em nossa Curva S dos serviços de instalações, podemos ver que mês a mês as atividades foram aferidas e reprogramas conforme a necessidade e realizada da obra, com destaque para as redes de infraestrutura e acabamentos dos apartamentos. Ter a equipe de obra própria permitiu setorizar os serviços, deixando as equipes de elétrica e hidráulica sempre produzindo tanto nos trabalhos internos como externos. As entregas foram realizadas no prazo previsto e com baixo volume de reclamações e retrabalhos. Nosso maior ganho foi conseguir executar todos os serviços conforme o planejado.

Na obra TEG Corazza não tivemos impacto no prazo total da obra, mas tivemos a execução dos serviços de instalações finalizados dentro do prazo e com ganhos em atividades específicas, liberando tempo para trabalhar em outras atividades críticas da obra, como fachada, entrega de apartamentos e decoração das áreas comuns do empreendimento. Em outras obras, já tivemos problemas com as entregas de instalação com terceiros, o que afetou no prazo e custo da obra.

Em comparação às obras semelhantes da Tegra, tivemos uma redução de 5% na mão de obra efetiva, a depender da fase da obra. Isso foi possível graças a gestão da equipe, que pôde alocar e iniciar os serviços nos momentos certos, evitando a ociosidade da equipe e, por consequência, aumentando sua produtividade.

Os treinamentos e integração na cultura Tegra aumentaram a ‘visão de dono’ dentro do projeto, benefícios dos colaboradores e a possibilidade de desenvolvimento de carreira. Um grande diferencial é a integração com o projeto “Mulheres Integradas”, que proporcionou a capacitação de mulheres refugiadas da Venezuela, que foram treinadas e contratadas para trabalhar na instaladora. Também é válido mencionar que com menos retrabalhos também geramos menos resíduos de obra o que impacta nas reduções das emissões de gases de efeito estufa.

Como principal benefício temos o padrão de qualidade na entrega dos serviços graças aos funcionários altamente capacitados, familiarizados com a cultura da empresa e com menor rotatividade na equipe. As entregas foram realizadas no prazo e sem retrabalhos e, mesmo após 03 meses desde a data de entrega do empreendimento, a obra TEG Corazza ainda não teve chamados da Assistência Técnica, diferente de obras entregues anteriormente.

Deve-se ter cuidado ao dimensionar o efetivo da equipe para a obra, conforme andamento dos serviços, bem como planejar a compra e o estoque de materiais. Além disso, por ser uma equipe própria, demanda atenção para planejar e remanejar alguns serviços críticos, como por exemplo a execução das redes enterradas. Por fim, é imprescindível que tenha análise dos projetos que serão executados.

Para as próximas obras, a Tegra Install irá utilizar apenas materiais industrializados como kit polvo, sistema smartban e kits elétricos para ganhar ainda mais produtividade. Após o case no TEG Corazza, a instaladora está melhorando o sistema de gestão com a elaboração de procedimentos e levantamentos de custos e controle de ativos mais automatizados.